Eu tô em uma fase que critica muito. Critica tudo. Mas não no sentido de criticar (apontar o dedo/julgar), mas no sentido de criticar (questionar). Tô questionando tudo. E eu nunca fui assim. Acabei de me tocar que estou nessa fase. E vim aqui escrever.
Eu ando criticando tudo. Prestando muita atenção no que sai da boca das pessoas – na verdade isso eu sempre fiz. Fiz muito e tenho feito mais ainda. Quero só ver o quanto eu farei no futuro.
O ponto é que eu ando prestando muita atenção nas pessoas. Nas palavras principalmente. Mas principalmente no olhar e nos gestos. Principalmente no contexto da vida delas, na verdade. Me desculpa, mas eu tô te observando.
Eu sempre fui bela, recatada e do lar. Sempre fui um mulherão da pourra e sempre me senti bem pra frentex. Mas eu sempre fui beautiful, modest and from home. Fazia mil e um questionamentos na minha cabeça, mas externava zero. Medo de estar errada. Medo de ser julgada. Medo de ser questionada.
Medo de estar certa. Medo de ter uma opinião forte. Medo de mostrar a minha visão dos fatos às pessoas e fazer elas verem o quanto estavam “erradas” (o certo não existe, não é mesmo?).
Medo de brilhar. Fiz terapia por um bom tempo e esse era um tema hiper corriqueiro. Eu sempre soube que minha luz era muito forte e tinha medo de brilhar demais. De ofuscar a luz dos outros. Muito fofo de mim pensar isso, mas hoje eu fortemente imagino que todos os outros seres humanos tenham o mesmo medo.
Cada um tem sua luz. Seu brilho. E, pro meu mundo, a minha luz brilha mais que a dos outros. Pro seu mundo, a sua luz brilha mais que a dos outros. E é assim que tem que ser. Se cada um for o centro do seu universo, o mundo vira um lugar melhor.
Por favor, não me entenda mal. Não é pra ser egoísta e sair achando que “só eu que importa”. Tenha bom senso. O que eu quero dizer é o amor próprio. Se eu me amar tanto, a um nível que chega a transbordar, eu tenho amor de sobra pra oferecer pro outro. E eu não preciso de nada em troca, porque já tá tudo preenchido em mim. Eu só ofereço amor, com amor.
Eu tô tão feliz em estar começando essa fase de ativista. Ativista das minhas opiniões. Também estou feliz em ter a consciência de que externalizar opiniões é perigoso, e tenho que fazer isso com cuidado. Eu tenho sim que criticar (questionar) e posicionar minha opinião, mas tenho que fazer isso sem machucar ninguém. E você também, mô kiridu.
Não existe essa história de ofuscar a luz dos outros. Todas as luzes tem a capacidade de brilhar igualmente. E simultaneamente. Vai depender de cada um decidir qual a intensidade do seu brilho naquele momento.
Eu sempre fui questionadora. Mas nunca questionei. Procurava as respostas dentro da minha cabeça. O que me levou a encontrá-las todas, de uma maneira ou de outra (Fica a dica). Mas agora eu tô afim é de procurar lá fora. E eu não tenho a intenção de encontrar nenhuma resposta. Perguntar lá fora é só um reflexo da vontade de falar.
Agora dá licença que eu vou te observar reagindo a esse texto. Dá licença que eu vou me observar tendo vontade de falar. De gritar pro mundo. Me escuta. Eu tenho algo importante a dizer. Por quê?
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Foto: Praia do Cassange, Bahia – Brasil